Sobrinha que se passou pelo Poder Judiciário para dar golpe de R$ 400 mil nos tios dizia que eles seriam ressarcidos e que gastos eram por segurança, diz PC
01/07/2025
(Foto: Reprodução) Trama envolvia passagem para lugares turísticos, celulares e compras. Mensagens de falsos agentes induziram as vítimas a ficar longe de casa por três meses, disse delegado. Jovem é presa em Jataí suspeita de aplicar golpes nos próprios tios
A sobrinha que se passou pelo Poder Judiciário para dar golpe de R$ 400 mil nos tios chegou a dizer que eles seriam ressarcidos e que os gastos eram para a segurança deles. De acordo com a investigação da Polícia Civil (PC), ela dizia para os tios que eles precisavam sair da cidade e que estavam jurados de morte.
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O delegado Marlon Luz contou ao g1 que os tios da jovem recebiam mensagens dizendo que ela deveria ficar na casa deles. As mensagens diziam ainda que a sobrinha e a tia vítima do golpe, estavam na lista do PCC para serem mortas a um valor cobrado de R$ 120 mil. Depois, os avisos diziam que a sobrinha e a tia precisavam viajar por motivos de segurança.
"Eles tinham que sair de Jataí e foi determinando vários gastos pra eles. Em viagens, aquisição de roupas e outras coisas que seriam ressarcidas depois, supostamente, pra poder iniciar, porque é uma forma de proteção da família e da tia e da sobrinha", contou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, os destinos eram sempre lugares turísticos aqui de Goiás e de fora do estado. Segundo as investigações, ao todo elas chegaram a ficar três meses fora de Jataí.
"Depois falavam que a vigilância deles estava sob risco, que descobriram que eles estavam e que eles iam sair imediatamente do local", explicou.
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Entre os pontos descobertos pela investigação policial, o delegado contou que os tios eram induzidos a trocar o parelho celular da sobrinha para um modelo e marca específico que seria mesmo usado pelos falsos investigadores do Poder Judiciário.
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Jovem foi presa em Jataí, em Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Entenda o caso
De acordo com a polícia, a jovem havia sido presa há pouco tempo por suspeita de estelionato envolvendo alugueis em Rio Verde, a cerca de 100 km de distância. Após deixar o presídio, os tios acolheram a mulher e deixaram que ela morasse com eles por alguns dias, mas depois começaram a pagar o aluguel de uma quitinete para ela morar até conseguir um trabalho.
Segundo Marlon, após a jovem se mudar, o casal começou a receber as primeiras mensagens, supostamente do Poder Judiciário, alegando que seria da vara criminal responsável pelo processo da sobrinha deles e que a mulher não poderia deixar a casa dos tios.
"Ela retornou para lá [casa dos tios] e começou a viver no conforto, até que eles receberam outras mensagens dizendo que a autora e a tia estavam numa lista para serem mortas pelo PCC e teria uma recompensa de R$ 120 mil para matá-las", declarou.
Ainda segundo o delegado, o golpe durou cerca de três meses, até que a tia da jovem desconfiou e denunciou o caso à polícia. A denúncia veio após a jovem levar o namorado para morar com a família e eles receberem mais mensagens dizendo que o homem também não poderia deixar a casa e que eles precisariam dar dinheiro a ele para ajudar na manutenção de seus gastos.
Durante as investigações, Marlon contou que a polícia descobriu que os números por onde as mensagens eram enviadas aos tios estavam vinculados à jovem.
14ª Delegacia Regional de Jataí, em Goiás
Divulgação/Polícia Civil
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